Pra que Serve o Futsal na Base? (A.Wagner “Kbça”)

Uma pergunta complexa, aliás, importante: O que penso é apenas o que penso, é o ponto de partida para tudo que estou fazendo aqui na minha cidade (Cabo Frio- RJ), NÃO é a verdade absoluta, e só serve para instigar ainda mais você que lê e doa seu tempo, de certa maneira, para acrescentar um algo a mais onde trabalha.

Sou avesso ao resultado de jogo acima de qualquer coisa, mas creio que quem busca isso em primeiro lugar pode NÃO ESTAR ERRADO. Isso pode ser a única forma de continuar a frente do trabalho, e na busca por sobrevivência, assim o faz, mas como disse, sou avesso, quero aqui contestar quem é capaz de dar bicão o jogo todo para obter suas conquistas, mas não dizer que é errado.

Temos como prioridade em nossas equipes, o jogo com a bola no chão, construção do ataque sistematizado (porém livre), desde os 7 anos de idade (Muitas literaturas dizem que não é possível, mas obtemos vídeos que provam o contrário), respeitando a característica do povo brasileiro, que já tem uma bola pra jogar antes mesmo de andar.

Com crianças ou não, acreditamos que para sistematizar um ataque, precisamos de TEMPO, principalmente se levarmos em conta que temos duas maneiras de pensar: INTUITIVAMENTE e COGNITIVAMENTE. (recomendo a leitura do livro Rápido e Devagar de Daniel Kahneman para um entendimento melhor do assunto).

Um dos maiores erros que um treinador pode cometer na fase de aprendizagem, é começar dar algo pra seu aluno e achar que ele responderá de maneira rápida (mesmo repetindo diversas vezes). Ou ensinar várias coisas ao mesmo tempo sem dar tempo necessário para a consolidação do conhecimento adquirido. Quem começou a aprender a dirigir um carro, sabe a dificuldade de olhar pra frente, usar o pé direito e esquerdo, passar a marcha, tudo de uma vez só. O primeiro pensamento de impotência é: “- Como faremos esse carro andar na pista com outros carros, pedestres, motociclistas…?” É necessário um tempo, para que o conhecimento fique automatizado (intuitivo, rápido), pois enquanto estiver no processo de aprendizagem (cognição, devagar) o processo é lento. Trazendo pro nosso jogo, o futsal, enquanto estamos na fase inicial, onde o jogo ainda está sendo pensado (o que a meu ver NÃO é bom, mas é uma fase), muitas vezes perdemos a bola, tomamos o gol, perdemos o jogo, e amanhã mudamos nossa maneira de pensar e jogar estimulados por um melhor resultado de jogo.

NÃO FAÇA ISSO POR FAVOR!! TRABALHOU TANTO ANTES PRA QUÊ?

Acredito que se tivermos paciência, respeitar a fase da criança por idade, criar um ambiente propício a uma melhor seleção de jogadas, fatalmente teremos excelentes respostas em longo prazo, conquistando assim, escolhas mais rápidas, melhores, com autonomia, pois neste ambiente não deve, a meu ver, receber interferências externas (nem do treinador) enquanto ocorre o processo. É claro que podemos interferir, mas nas pausas, falando para todos, porém nunca como se tivéssemos um controle de vídeo game na mão (toca no meio, joga no pivô, chuta no gol), eles precisam reconhecer na hora do jogo, DE PREFERÊNCIA, sem nossos gritos.

Se o futsal na base não tiver a premissa de dar ao atleta condições de escolher melhores respostas ao problema vivido, de maneira mais rápida possível, acho que não deveríamos trabalhar nela. Porém, entendendo que isso leva tempo, pode ser o princípio da sabedoria para que possamos ver a semente virar um fruto bonito na hora da colheita.

Vamos trabalhar na base para dar aquilo que considero o maior título que uma criança pode ganhar, o motivo de ter treinamento na base: O crescimento em longo prazo!!

Bom trabalho!!

Prof. Esp. A.Wagner – Kbça Futsal- Cref: 033038G/RJ.

Treinador da equipe Costa Azul/ISR de Cabo Frio – RJ

Coach da empresa Prógono.

kbcarosadesaron15@hotmail.com

(22)981668464

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